O Brasil prevê safra recorde pra este ano, mas só tem armazém pra pouco mais da metade da produção.

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O Brasil prevê para 2025 uma safra recorde de grãos, e isso está expondo um gargalo crítico: a capacidade de armazenagem não acompanha a produção.

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Dados mais recentes

A safra de grãos de 2025 está prevista em 336,1 milhões de toneladas, a maior da história, segundo análise da Cogo, "Cogo" significa Geometria de Coordenadas e esta relacionado a um conjunto de ferramentas técnicas e iInteligência em Agronegócio. A infraestrutura estática de armazenagem comporta apenas 212,6 milhões de toneladas, gerando um déficit de 124,3 milhões de toneladas.

Isso significa que o país tem capacidade para estocar somente cerca de 63,3% da produção em propriedades rurais e essa situação é ainda mais grave, apenas 16,8% da produção pode ser armazenada diretamente no campo.

Outra fonte de julho de 2025 complementa:

São cerca de 12 mil armazéns, com capacidade para cerca de 62% da produção total e apenas 16% dos produtores rurais possuem galpões nas suas propriedades.

Panorama histórico e comparativo

Em 2010, o Brasil tinha capacidade para armazenar cerca de 91% da produção, mas esse índice caiu para aproximadamente 60% em 2023. Outro dado histórico mostra que, entre 2010 e 2022, enquanto a produção cresceu 82%, a capacidade de armazenagem aumentou apenas 35%.

O IBGE registrou 227,1 milhões de toneladas de capacidade de armazenagem no segundo semestre de 2024, o que é superior ao valor de 212,6 milhões mencionado acima, mas ainda está bem abaixo da safra recorde projetada.

Implicações e consequências

Perdas de qualidade e valor com grãos ao relento ou em armazenagens improvisadas, a qualidade se degrada e o valor de venda cai e há pressão por venda rápida. produtores são forçados a vender na colheita, muitas das vezes com preços deprimidos.

Aumento dos custos logísticos: o frete sobe e o escoamento porvia de transportes especialmente caros temporariamente. Risco no transporte interno em regiões como Matopiba, Rondônia e Maranhão, menos da metade da produção tem acesso a silo; em alguns casos, grãos percorrem até 100 km para alcançar um armazém.

Conclusão

Sim, estamos vendo uma safra recorde em 2025, mas o país dispõe de capacidade operacional estática, ou seja, o total de silos, armazéns, graneleiros, etc. — para estocar apenas cerca de 60–65% da colheita. Isso deixa entre 35% e 40% da safra sem local adequado, principalmente na zona rural.


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Via Redação.

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