O Brasil se tornou líder global na luta contra o fascismo ao enfrentar e encarcerar grupos autoritários que defendem ruptura institucional.

📷 Foto: Reprodução/Instagram. 

Brasília 15 de dezembro de 2025 — O filósofo americano Jason Stanley, considerado um dos maiores especialistas em fascismo no mundo e autor do livro Como Funciona o Fascismo, declarou em entrevista que o Brasil se tornou líder global na luta contra o fascismo ao enfrentar e encarcerar o ex-presidente Jair Bolsonaro, num momento que ele classifica como exemplo de defesa das instituições democráticas em nível mundial. 

Em entrevista por telefone à Folha de S.Paulo, Stanley, professor de filosofia política, afirmou que o Brasil “deu o exemplo” ao mandar às barras da Justiça e para a cadeia um líder autoritário que tentou permanecer no poder após perder as eleições. Segundo ele, a ação das instituições brasileiras contrariou as expectativas de fragilização das democracias contemporâneas. 

“O Brasil está no centro da luta global contra o fascismo”, disse o filósofo, ressaltando que mesmo diante de obstáculos e pressões, as instituições brasileiras se mantiveram firmes e eficazes. “Suas instituições se mantiveram de pé. E o mundo agora quer entender como o Brasil fez isso, como derrotou esse inimigo”, afirmou Stanley. 

Especialista mundial

Jason Stanley, professor na Universidade de Yale e autor de obras influentes sobre propaganda política e autoritarismo, tem se dedicado a estudar como movimentos e líderes políticos contemporâneos utilizam discursos populistas e estratégias antidemocráticas que, em sua análise, se aproximam de táticas fascistas. 

Na avaliação do filósofo, muitos países enfrentam desafios decorrentes de líderes que apostam em “estratégias de ‘nós’ contra ‘eles’”, em que segmentos da sociedade são demonizados para consolidar poder político — um traço que ele identifica como central nas ferramentas empregadas por figuras políticas ao redor do mundo. 

Um exemplo observado globalmente

Stanley comparou também a resposta brasileira com situações em outras democracias, destacando que em lugares como os Estados Unidos certas instituições cederam a pressões políticas, enquanto no Brasil a Suprema Corte e outras instâncias legais atuaram de forma decisiva para conter tentativas de abalar o processo democrático, segundo sua leitura. 

Para o filósofo, essa postura transformou o país em um caso de estudo para outras nações que enfrentam desafios semelhantes, “com o mundo inteiro perguntando: como vocês conseguiram?”, afirmou. 

Por redação/Pontal do Sertão. 

Comentários